sábado, 15 de setembro de 2012

Tal como disse Miles, no blogue A Cigarrilha de Chesterton, sou pela ideia de uma Monarquia Cristã e Social, em vez de uma Democracia Cristã. No entanto, concordo com este texto


Ora, o governo de Passos Coelho tem-se mostrado, na sua prática política, contra a doutrina social da Igreja Católica — o que o incompatibiliza com qualquer movimento político da democracia cristã — quando, por exemplo, pretende agora transferir directamente [e escandalosamente], com uma lei da Taxa Social Única (TSU), e por via administrativa, uma parte substancial dos rendimentos do trabalhador para os bolsos dos ricos e dos patrões. Do ponto de vista da doutrina social da Igreja Católica, esta medida é inadmissível e intolerável.

 Passos Coelho faz parte de uma nova geração de políticos sem escrúpulos, sem memória ética, formatados na filosofia barata hayekiana e no cepticismo moral e ético de David Hume que caracteriza a ideologia neoliberal de Hayek, providos de uma ética teleológica que não olha a meios para atingir os seus fins. A diferença substancial entre Passos Coelho e José Sócrates é nenhuma: ambos não podem ter o apoio de um democrata-cristão. Porém, sabemos que a situação de Portugal obriga a certos compromissos com o “diabo” — o que não significa que não tenhamos que impôr ao “diabo” a nossa mundividência ética. 

 Se Passos Coelho não recua nesta medida da TSU, qualquer democrata-cristão tem a obrigação moral de procurar alternativas políticas para o nosso país. Ou seja, significa uma crise política e o derrube deste governo, e a formação de um novo governo de salvação nacional de iniciativa presidencial, com um novo primeiro-ministro, e com um largo consenso político.

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